AS FLORES PERFUMAM NOVAMENTE

A capital do Amazonas tem uma riqueza musical muito grande e nos anos 90 isso explodiu. Várias bandas de rock surgiram criando um cenário norteado pela rebeldia e inconsequência, bem típico deste estilo, porém, nasceram bandas que ainda tentam seu lugar ao sol e que marcaram época e inclusive conteúdo para um filme “O rock que o Brasil não viu” , exibido nos principais canais do Brasil. O pesar é que poucas bandas da época ainda permanecem e poucas conseguem se manter ativas.

A Chá de Flores viveu essa época na plenitude, formada no final da década de 90, mantém por 16 anos sua luta para cravar um espaço na história do rock Manauara. Formada por Bosquinho, Ciro Jamil, Junior e Junior Sexta, a banda continua ensaiando e se apresentando pela cidade sempre levantando a bandeira da música autoral.

Esse debut coroa a banda como a mais antiga ainda na ativa e registra também o lançamento do seu 3º CD, intitulado “Com a língua envenenada entre seus dentes”. Toda riqueza de acordes misturados com a voz inconfundível do Bosquinho, rendeu um produto final de qualidade e bem a cara dos anos 90. Com o carro chefe a música “Um Tiro de Misericórdia”, percebesse os rifes de guitarra agressivos e bem marcantes, caracterizando o barulho produzido naquela época. Um diferencial nesta canção, que garantiu uma sonoridade fantástica, foi a voz em dueto que se estendeu em toda a música. Esta técnica serve para segurar a voz e marcar uma parte importante da música!

O peso da bateria ficou por conta do veterano Ciro Jamil, que já participou de outras bandas, mas na Chá, foi o “x” da questão. Bater forte do início ao fim, é sua marca registrada, aliada a uma técnica de rudimentos de caixa aprimorada. Os novos integrantes Junior e Junior Sexta, respectivamente guitarra e baixo não ficaram atrás, sustentaram as músicas com peso e qualidade que a Chá pede, dando assim, liberdade para as peripércias do Bosquinho no palco. A banda fez seu lançamento oficial no Porão do Alemão, que é um bar pouco adepto à música autoral, mas, em se tratando de Chá de Flores, foi uma honra sediar o evento, recebendo um público fiel e alguns remanescentes da década de 90.


Enfim as músicas ainda seguem os padrões antigos sem sofrer nenhuma “atualização” em seus arranjos. Percebe-se a opção de não uso do teclado e samplers, deixando a música bem original, mas com limitação sonora. A atualização sonora é um caminho a ser seguido para as bandas antigas e novas, pois, o público percebe sua falta. Preocupou-se pouco com o conteúdo das melodias e sua diversidade, deixando os arranjos básicos, porém a presença de letras bem escritas e coesas, sempre trazendo uma historia interessante, torna a música um produto bem aceito para os dias atuais. Mais chá e mais flores !! Boa sorte galera!!!

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